29 novembro 2006

A Folha, cada vez mais com cara de vEja

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Mais uma belo ctrl+c, ctrl+v, direto do blog do Nassif...

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Dos fatos e das manchetes - 2

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http://www.luisnassif.com.br/

Manchete da “Folha” de hoje: “Publicidade oficial ajuda a bancar a TV do filho de Lula”. No primeiro parágrafo
da manchete a informações de que “a Gamecorp (...) divide com o Grupo Bandeirantes o faturamento obtido com
verbas federais em anúncios na Play TV”.

Diluídas nas páginas internas as seguintes informações:

1. Todas as informações foram fornecidas pela própria Bandeirantes, no processo que move contra a Editora
Abril. O juiz tirou o segredo de justiça, e o repórter pode consultar os autos e selecionar as informações a
serem destacadas na matéria.

2. Internamente, pela matéria fica-se sabendo que contrato da Gamecorp com a Bandeirante prevê a divisão em 50%
de toda a publicidade arrecadada. Não há uma cláusula especial para publicidade de órgãos públicos, conforme
sugere o texto destacado da primeira página. Internamente, artigo de Daniel Castro, o crítico da TV da "Folha",
informa que esse tipo de contrato é comum no mercado.

3. O infográfico mostra que a PlayTV deverá faturar R$ 5,2 milhões em 2006, e que o Banco do Brasil e a Caixa
estao entre os maiores anunciantes (provavelmente estão entre os maiores de qualquer emissora ou editora).
Quando se entram nos valores (perdidos no meio do texto), fica-se sabendo que, em 2006, as verbas federais para
o PlayTv foram de R$ 597 mil, ou 11% do faturamento previsto, e 68% inferiores à publicidade oficial em 2005,
ano em que a Gamecorp ainda não participava do faturamento do Canal 21.

4. Na defesa, feita pelo advogado Walter Ceneviva, fica claro que a PlayTV concorre diretamente com a MTV, da
Editora Abril, que iniciou a campanha contra a Gamecorp.

5. A matéria envereda, assim como a “Veja”, em ilações sobre anunciantes privados. A intenção da "Veja" é
intimidar esses anunciantes privados com o tom de escândalo conferido às matérias, sufocando a empresa por vias
indiretas. A "Folha" acaba embarcando nisso, embora não seja de seu feitio.

6. Ao contrário da “Veja”, historicamente a “Folha” fornece todas as informações. Só que, ao se juntar todas as
peças, não se encontra o todo anunciado na primeira página.

enviada por Luis Nassif
http://z001.ig.com.br/ig/04/39/946471/blig/luisnassif/2006_11.html#post_18704265

10 novembro 2006

Carlos Dorneles: Seria bom se os barões da mídia fossem investigados

Carlos Dorneles: "Seria bom se os barões da mídia fossem investigados"

O jornalista Carlos Dorneles participou na noite de domingo (5) da quarta etapa do Ciclo de Debates Jornalismo
e Literatura, promovido pela RBS e pela Faculdade de Comunicação Social (Famecos) da PUCRS, em parceria com a
Feira do Livro de Porto Alegre.
Com mediação do diretor de redação do jornal Zero Hora, Marcelo Rech, o debate contou com a participação do
também jornalista Caco Barcellos.

O tema programado para a noite era livro-reportagem, porém Dorneles desviou a discussão e fez duras críticas à
mídia nacional. A posição do repórter quanto à imprensa (não apenas a escrita, e sim a todos os meios de
comunicação) já podia ser reconhecida em seu livro Deus é inocente, a imprensa não.

A principal diferença é que na obra são abordados os meios de comunicação internacionais; durante a conversa em
Porto Alegre, as críticas ficaram centradas na imprensa brasileira.

“Hoje o jornalismo brasileiro não passa de um jornalismo burocrático que serve unicamente ao objetivo de
grandes empresas”, afirmou Carlos Dorneles no início de sua fala, logo após brincar dizendo que é conhecido por
gostar de falar mal da imprensa.

Também criticou as elites nacionais, que segundo ele nunca são envolvidas em escândalos. "Quando as
investigações de alguma reportagem chegam à elite, param imediatamente", disse.

O repórter acrescentou, diante de um público constituído basicamente por estudantes de jornalismo e
profissionais, que “qualquer movimento de organizações que busquem a democratização da comunicação é expurgada
pelos donos de veículos, que levantam a bandeira da liberdade de imprensa, mas na verdade querem preservar a
liberdade dos seus negócios”.

O recado deixado aos jornalistas e estudantes por Dorneles foi que “informação é produto, mercadoria e rende
dinheiro”.

Política

A cobertura das últimas eleições e a visível partidarização da mídia foi o estopim para a avaliação dos meios
de comunicação brasileiros.

“Imaginem se daqui a algumas décadas pegarem os jornais destas eleições para desvendar a sociedade em que
vivemos”, ironizou Dorneles.

Em um breve comentário a respeito da matéria produzida pela revista Carta Capital intitulada "Dossiê da Mídia"
(nº 416, de 25/10), o jornalista disse acreditar que “na verdade a matéria tenha mostrado apenas uma
‘poeirinha’ do que realmente aconteceu”.

E finalizou o assunto lembrando que os veículos adoram promover a abertura de sigilos telefônicos e bancários
de políticos: "Seria bom se os ‘barões da imprensa’ também tivessem suas vidas invadidas e investigadas".

As informações são do site Comunique-se
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=9663

09 novembro 2006

Sigilo da Folha

A Folha, hoje, na edição impresa e na versão online, está fazendo um grande estardalhaço sobre a quebra do
sigilo telefônico de uma linha sua.
A quebra do sigilo foi feita pelo Poder Judiciário.
Afinal, qual é o problema?
Os números de telefone aparecem na lista da quebra porque estavam registrados no telefone de um dos acusados da
compra do dossiê e seria impossível para a PF saber, antes da quebra, a quem pertenciam as linhas.
A quebra do sigilo ocorreu mediante o devido processo legal, no curso de uma investigação e autorizada pelo
Poder Judiciário. São circunstâncias autorizadas pela Constituição em que o sigilo de qualquer um pode ser
quebrado. Por que não poderia ser quebrado da Empresa Folha da Manhã ou de um de seus funcionários?
Ora essa!

06 novembro 2006

Vandenburgo

Vanderlei Luxemburgo é um técnico de futebol.
Foi também ex-jogador, o que pouca gente lembra, já que sua carreira foi medíocre.

Ontem, o time do Santos, comandado por Luxemburgo, perdeu, em casa, o clássico para o São Paulo. Perdeu na bola.
Na entrevista coletiva, após o jogo, o técnico perdedor ficou a todo tempo reclamando da arbitragem. De dois
lances em que a TV mostrou que o árbitro acertou. E depois ficou discursando sobre a tabela do campeonato
paulista do próximo ano que, segundo ele, beneficiaria o São Paulo.

Não me interessa discutir aqui lances polêmicos de futebol. O que interessa é a (lamentável) postura de
Luxemburgo.

Luxemburgo não sabe perder. Sempre que ele perde um clássico, tenta criar um factóide na entrevista.
Recentemente, perdeu outro clássico em que não havia nenhum lance polêmico. Então começou a entrevista dizendo
que o juiz o paquerou o jogo inteiro, esclarecendo que não tinha preconceito (claro) mas que não era gay. Para
desviar o foco do seu fracasso, o sujeito é capaz até de atingir a imagem dos outros, gratuitamente. Agora, foi
o papo da tabela do próximo Paulistão. Ele não sabe perder.
Isso não é postura de um esportista. Muito menos de alguém que almeja ser técnico da seleção.

Em tempo: Juca Kfouri, em seu blog, tocou na questão, com uma menção muito legal à fábula do escorpião e do sapo.